sábado, 23 de maio de 2009

Filme | 1,99 - Um supermercado que vende palavras

O diretor Marcelo Masagão, de Nós que Aqui Estamos por Vós Esperamos, teve a idéia de fazer o filme '1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras' depois de ler o livro No Logo, de Naomi Klein.


Nele, a autora faz uma análise de produtos que só precisam da marca para sobreviver: o produto em si e a produção não interessam, mas sim o slogan. A partir dessa idéia, Masagão bolou um supermercado totalmente branco, que só venderia palavras, ou seja, slogans, ou seja, fetiches.

Os três personagens principais do filme são a angústia, o desejo e a compulsão que temos pelo ato da compra. "O fetiche é nosso calcanhar de aquiles. O fulano pode estar passando fome, mas quando ele pensa em comida ele pensa não num feijão em abstrato, mas num determinado feijão com uma determinada quantidade de alho e sal, numa determinada pessoa que comia este feijão com ele, numa outra determinada pessoa que fazia feijão, ou seja o feijão nunca é abstrato, é o fejão mais o acumulado de memória que o fulano tem do feijão. É sempre um feijão cheio de fetiche.", explica o diretor.

"Este é o papel maravilhoso do fetiche: singularizar e ao mesmo tempo embaralhar nossa objetividade. Ele a todo momento embasa nossa capacidade de ver as coisas de forma cristalina", completa Masagão.

1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras foi exibido no Festival do Rio 2003 com grande sucesso, sendo o segundo filme mais visto no evento.

[Postagem original em adorocinema.com]

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